Tarte de Abóbora e Batata Doce - Thanksgiving/Halloween
O Halloween não é uma tradição nossa, todos os anos ouvimos alguém dizer isso.
Talvez não seja mas não difere assim tanto do que se fazia na minha infância.
No dia 1 de Novembro, íamos de porta em porta, pedir o Pão por Deus e faziamo-lo mascarados, de velhos, de bruxas, dos seres assustadores que povoavam o nosso imaginário.
Os vizinhos ofereciam-nos broas doces, frutos secos ou até dinheiro, mas o que queríamos mesmo era doces, muitos, peganhentos e cheios de açúcar. Que comíamos até ficar com dores de barriga e as mãos lambuzadas.
Isto não é assim tão diferente do Halloween, no fundo só a passámos para o dia seguinte.
Por isso eu festejo os dois dias, o Halloween como uma festa, animada, cheia de decorações assustadoramente divertidas, o Dia de Todos os Santos como um dia de família.
Este ano inspirei-me nas tartes de abóbora que os americanos comem no Thanksgiving, o Dia de Ação de Graças. Que, analisando bem, não é muito diferente do que é o nosso Dia de Todos os Santos.
É um feriado de origem religiosa, em que a família se reúne, para agradecer e celebrar as coisas boas que nos aconteceram durante o ano e homenagear os que já não estão connosco. Eles comem peru, nós comemos frutos secos e broas doces! O que, realmente, importa é reunir a família.
O blog Handle the Heat tem um desafio mensal, o de Outubro era cozinhar uma tarte, tendo por base esta receita que disponibilizou, como sendo a melhor massa de tarte.
E eu adoro um bom desafio culinário!
Eu fiz a dose a dobrar porque achei que sendo a primeira vez que experimentava esta massa e eu mudei um ingrediente, tudo podia correr mal (na tarte de maçã foi quase assim mas por que quis "poupar tempo").
Com 3 anos o Mini Eater já quer comer tudo o que os pais comem, mesmo que depois dê uma garfada e diga que não gosta (acontece com a maioria dos doces), por isso quis fazer uma sobremesa que se ele quisesse podia comer, com moderação, porque seria do bem, ou seja, sem uma grama de açúcar refinado!
O recheio é do blog The Vintage Mixer e é muito bom!
Ingredientes Massa
190 g de farinha T55 sem fermento
140 g de manteiga, cortada em pedaços pequenos, congelada.
1 colher de café de sal
1 colher de xarope de arroz (saído do frigorífico)
3 a 5 colheres de sopa de água gelada (coloque um copo no congelador durante pelo menos 5 minutos)
Ingredientes Recheio
3/4 chávena de puré de abóbora (ver notas)
3/4 chávena de puré de batata doce laranja (ver notas)
3 colheres de sopa de pasta de tâmaras (ver aqui)
1 vagem de baunilha
1 colher de chá de canela
1/2 colher de chá de erva doce
1/2 colher de café de noz moscada
1 colher de café de gengibre em pó
1 pitada de sal
3 ovos
1 chávena de leite de amêndoa (pode usar leite ou natas)
Ingredientes Decoração
1 chávena de nata para bater
1 colher de café de extracto de baunilha
2 colheres de sopa de xarope de arroz
Chocolate preto e branco, opcional
Preparação Massa
Comece por pesar e cortar a manteiga em cubos pequenos e leve-os ao congelador por 15 minutos. Findo esse tempo, coloque a manteiga no copo e triture 2 segundos na velocidade turbo.
Retire do copo e volte a colocar no congelador.
No copo, coloque a farinha, o sal e o xarope de arroz, triture na velocidade 3 até o xarope estar incorporado na farinha.
Adicione a manteiga e misture 15 seg/Vel 3.
Adicione a água gelada (comece com 3 colheres e aumente se necessário) misture mais 15 seg/Vel 3.
Deverá obter uma massa esfarelada.
Na bancada, estenda uma tira de película aderente, coloque a massa por cima e agregue com as mãos, sem amassar.
Espalme a massa e leve ao frio para repousar, durante pelo menos 6 horas, idealmente durante a noite. (ver notas)
Pré-aqueça o forno a 180ºC.
Após a massa ter repousado, estender a massa com a ajuda de um rolo (usei o tapete de silicone por baixo e uma folha de papel vegetal por cima, que foi o que usei para ir ao forno, mas pode usar duas tiras de película aderente).
Cobrir a forma onde quer cozinhar a tarte (tradicionalmente, a tarte não é desenformada), cubra com papel vegetal e encha com feijão, arroz ou pérolas de cerâmica. Leve ao forno, até a massa começar a ficar dourada mas sem cozinhar por completo.
Enquanto isso prepare o recheio.
Preparação do Recheio
No copo da Bimby, colocar todos os ingredientes excepto a baunilha, os ovos e o leite de amêndoa (natas ou leite), triture 1 min/Vel 3-5-7.
Raspe as sementes da vagem de baunilha, adicione ao puré e programe mais 1 min/Vel 3, adicionando os ovos no copo, um a um, com a máquina em funcionamento.
Adicione o leite de amêndoa e misture mais 15 seg/Vel 3.
Retire a massa do forno, assim que estiver a ficar com uma cor dourada, cautelosamente, retire o enchimento e o papel vegetal. Cubra a massa com o recheio preparado e leve ao forno entre 45 a 60 minutos.
O creme deve estar firme nas laterais e ainda estar a "abanar" no centro, garantindo que tem uma tarte húmida e cremosa mas que não se vai desfazer à primeira fatia.
Deixe arrefecer por completo.
Decoração
Derreta o chocolate e desenhe pequenas decorações, em cima de papel vegetal (deverá fazê-las pelo menos duas horas antes de usar, para estarem bem secas).
Bata as natas com o xarope de arroz e a baunilha, até estarem firmes mas sem estarem demasiado duras, queremos que fiquem cremosas.
Após a tarte estar, completamente, fria, com a ajuda de um saco de pasteleiro, faça as decorações que entender (a imaginação é o limite).
Depois, é so deliciar-se com esta tarte deliciosa, pouco pecaminosa, cheia de especiarias quentinhas e com sabor a filmes e séries americanas, em que há sempre mesas cobertas de comida e maravilhosas tartes de abóbora e de maçã.
Também fiz uma Tarte de Maçã, também estilo americano, usando a mesma massa e esta receita que já aqui partilhei.
Ao contrário da anterior, esta tem algum açúcar, de forma a que se forma um caramelo quando vai ao forno e o açúcar se funde com as maçãs.




Notas:
A batata doce foi cortada aos cubos e cozida em pouca água. Assim que acabou de cozinhar, escorri de imediato a água (que usei para fazer sopa), desta forma a batata doce são fica ensopada em água, perdendo o seu sabor.
A abóbora foi cortada em pedaços, disposta num tabuleiro forrado com papel vegetal. A meio do tempo virei a abóbora para conseguir que ela caramelizasse nos próprios açúcares, sem queimar.
Os puristas vão dizer que a tarte não devia ficar tostadinha, que assim ganhou rachas, mas eu prefiro assim. Se a quiser mais certinha, cubra com papel alumínio por volta dos 30 minutos, no forno. Como a vamos cobrir com natas, não se vê e o sabor fica muito mais interessante.