Até aos meus 9/10 anos tinha anemia, de uma forma muito grave.

Para dificultar, era daquelas crianças que comiam muito mal. Crianças que comem mal, comem ainda pior quando a ementa é composta, sobretudo, de alimentos ricos em ferro.

Leguminosas, vegetais de folhas escuras, como a couve portuguesa, a rúcula, os espinafres, fígado e coração de frango ou o fígado de vaca, beterraba são os alimentos que, por norma, as crianças têm maior resistência.

Ora a exceção era feita para esta iguaria, que é contorversa, que ou se ama ou odeia, mas eu adoro, que o JD e o JL também, e estas ficaram tão boas que mereciam ser partilhadas.

Mais uma vez não houve Páscoa em família.

A Pandemia "roubou-nos" mais este momento de união e de partilha, mas este ano resolvi que me ia sentir mais próxima de casa.

Encomendei cabrito, para não passar o dia na cozinha, que seria o almoço de Páscoa e pelo qual já andava a salivar desde o Natal.

Este é daqueles pratos que me remete para a infância e para a adolescência. Não fosse ele tão anos 90.

É daqueles pratos que já não encontramos nos restaurantes, mesmo nos de cozinha típica portuguesa. 

Julgo que não comia Bacalhau à Zé do Pipo há mais de 15 anos, um dia destes pensei nele e coloquei-o na ementa do mês de Abril. 

Fiz um planeamento, desde o início da quarentena, das receitas que podia fazer com o que tinha em casa e das que queria fazer, assim podia fazer listas de compras o mais completas possível e limitar as idas supermercado.  

Estudei em Vila Real durante 5 anos e, para além dos amigos que fiz, aquilo que me deixa mais saudades são as francesinhas do Amadeus (que me desculpe o Cardoso).

Eram mesmo boas! 

Aqui em casa há um ex-aluno de Lamego, segundo ele, lá é que eram mesmo boas. Está tão enganado! 

Como não conseguimos chegar a um consenso, ficamos com a edição caseira das mesmas.