Este ano tivemos o privilégio de ter duas meninas a estagiar, no meu local de trabalho. Durante o mês e meio que estiveram connosco, elas foram luz, sorrisos, simpatia e doçura.

(Confesso que chorei baba e ranho na hora da despedida, mas não lhes digam!)

Como começaram em semanas diferentes, pelo que tivemos duas despedidas. Se para a Inês tivemos bolo, para a Rita também tínhamos de ter.

A receita que o JD me pediu mais para a Páscoa foi esta. Mandou-me um vídeo publicitário de uma pastelaria no norte, sem receita.

Andei a pesquisar e percebi que a componente regional muda a base desta receita. Mais para o Norte a base é com pão de ló, no Alentejo a base é com pão.

Queria uma receita simples, similar à que ele me tinha mostrado, pelo que usei esta receita de Pão de Ló e usei a do Doce de Ovos, que partilhei na segunda-feira.

Leite creme é aquela sobremesa icónica que, bem feita, nunca desilude.

Talvez seja da doçura da capa crocante, do açúcar acabado de queimar, do aroma que deixa no ar ou talvez só porque nos divertimos a quebra-la com a colher.

Há mais de 20 anos, existia no Oeste um restaurante chamado A Vila, que tinha um leite creme delicioso (e um semifrio de frutos vermelhos, que ainda hoje povoa as minhas memórias), acho que lá íamos almoçar só para comer estas sobremesas, é claro que a comida era óptima mas o leite creme, era de outro mundo.

Estou a preparar as receitas de Natal e tenho utilizado uma mistura a que chamo Especiarias de Natal.

Comecei a usar esta mistura, há uns anos, quando fiz licor para oferecer à família no Natal.

Algo que não encontrei nunca à venda mas que poderia estar, porque é uma daquelas misturas que só de abrir o frasco já deixa a cozinha a cheirar a Natal e a dias felizes.

O carinho que colocamos quando preparamos algo, para os que mais gostamos, nota-se e sente-se, até nestes pequenos pormenores. 

Um bolo que leva dois ingredientes, sim, leu bem, dois ingredientes.

Maçãs e gelatina incolor. Só isso!

No fundo, estamos a comer fruta mas o nosso cérebro vai achar que está a comer bolo, quão incrível é isto? Um bolo sem açúcar adicionado, sem farinhas refinadas (sem farinhas de todo), sem gorduras, sem frutos secos, só não é vegan porque as gelatinas incolores são, quase todas, de origem animal.

A minha professora de inglês do 8º ano deu-me, e aos restantes colegas de turma, duas receitas que me acompanharam todos estes anos.

Um bolo de chocolate e scones. Não fazia ideia do que eram scones, nunca tinha provado nem fazia ideia do que devia esperar, a ideia de bolos acompanhados de compota era suficiente.

Foi assim que, com a ajuda da minha mãe, fiz scones pela primeira vez. 

Esta receita é da Filipa Gomes, originalmente, com maçã, troquei por pera, ficou divinal.

Para mim, bem melhor que o de maçã, que também já fiz, coloquei menos açúcar e mais fruta, as cascas foram também, desta vez não as triturei. Cortei as peras mesmo com casca.

Há uns anos, depois de uns penosos meses, descobri que o meu organismo estava a intolerar alguns alimentos, principalmente, os ovos e o leite. 

Hoje, apesar de ainda não poder/dever cometer excessos já consigo tolerar pequenas quantidades, muito agradeço à alergologista que me seguiu nessa altura. 

Como, inicialmente, cortei os ovos, leite, chocolate, entre outros, da minha alimentação, tive de procurar alternativas para continuar a ter prazer com a comida, para continuar a adorar comer, a  experimentar coisas na cozinha (e a detestar arrumá-la no fim).

A busca por doces vegan, por não terem ovos nem laticínios, levou-me até este bolo.

Gosto de bolos de maçã. Gosto da suculência que trazem à massa, gosto do doce que acrescentam, gosto de trincar o bolo e sentir os pedaços.

Não gosto do desperdício que geram.

Há umas semanas, fiz o bolo de maçã da Filipa Gomes. Fantástico!

Mas... fiquei com um monte de cascas, que acabaram no lixo. (Ela sugeriu fazer geleia, que não íamos comer)

Inspirada na receita dela saiu este bolo de maçãs inteiras com canela (as maçãs eram biológicas).