Este ano tivemos o privilégio de ter duas meninas a estagiar, no meu local de trabalho. Durante o mês e meio que estiveram connosco, elas foram luz, sorrisos, simpatia e doçura.

(Confesso que chorei baba e ranho na hora da despedida, mas não lhes digam!)

Como começaram em semanas diferentes, pelo que tivemos duas despedidas. Se para a Inês tivemos bolo, para a Rita também tínhamos de ter.

Um bolo que leva dois ingredientes, sim, leu bem, dois ingredientes.

Maçãs e gelatina incolor. Só isso!

No fundo, estamos a comer fruta mas o nosso cérebro vai achar que está a comer bolo, quão incrível é isto? Um bolo sem açúcar adicionado, sem farinhas refinadas (sem farinhas de todo), sem gorduras, sem frutos secos, só não é vegan porque as gelatinas incolores são, quase todas, de origem animal.

Não, não digitei letras aleatórias no título.

Kladdkaka é o nome desta receita, sueca, um bolo de chocolate crocante por fora, húmido e  pegajoso por dentro. 

Esta é uma receita pequena, que dá 4 a 6 fatias de bolo, pequenas fatias que são uma explosão de sabor e texturas na boca.

Os brownies estão entre um bolo de chocolate húmido e uma barra de chocolate.

Os melhores são suaves e húmidos por dentro, derretem na boca e não sabem a farinha. Como bónus ainda têm uma camada superior e as laterais crocantes mas sem perder aquela elasticidade.

Quando encontro brownies, com aspecto de corresponder a estas características, não lhes resisto. Quase sempre acabo desiludida. Ou são demasiado doces ou secos, massudos, com demasiada manteiga.

Todos nós temos aqueles dias em que nos apetece uma fatia de bolo. Uma fatia de bolo indulgente e pecaminoso.

A questão é que após duas ou três fatias, o desejo ficou satisfeito e o que resta do bolo fica a secar no frigorífico ou na bancada.

Alguns congelo, outros ofereço mas há ainda uma fracção que acaba no lixo. Não lido bem com o desperdício.

Por isso quando encontrei esta receita num post do Instagram percebi que era a solução perfeita. Bolos mais pequenos, sobremesas e doses menores. 

Não gosto de prometer coisas quando não tenho a certeza de as conseguir cumprir.

Já era para ter partilhado esta "fórmula mágica" no fim de semana e não consegui.

Mas uma coisa posso prometer, depois desta receita NUNCA mais vão ter um bolo a ficar agarrado à forma, um bolo com marcas de farinha de tanto polvilhar a forma para o bolo não pegar e vão conseguir que os Vossos bolos tenham aquela cor de caramelo linda, como podem ver nesta fotografia.

Domingos lentos, em casa, pedem chá e bolo para o lanche ou para o final de noite.

Guardei esta receita há dois anos de um grupo Bimby, da Austrália.

De alguém que tinha muitos limões para utilizar, guardei a receita a aguardar o dia em que, também eu, tivesse limões em excesso (como se aqui em casa isso fosse possível).

Faz hoje um ano que começou esta aventura.

Se, inicialmente, era apenas um livro de receitas online, a verdade é que o Blog me desafiou de formas que nunca imaginei.

Desafiou-me a escrever, a criar rotinas (embora nas últimas duas semanas tenha estado ausente), a explorar técnicas, ingredientes e receitas.

Duas massas folhadas a passar de validade e um pão de ló super fofinho deram origem a esta receita.

As galinhas do meu pai andam a dar mais ovos do que os que conseguimos comer, uma das melhores formas (pelo menos na opinião do mais que tudo) é fazer um Pão de Ló, receita que já Vos mostrei aqui.

Pensei em várias receitas para usar a massa folhada até me lembrar dos bolos de aniversário de uma pastelaria onde trabalhei nos tempos de estudante.

Mais uma vez não houve Páscoa em família.

A Pandemia "roubou-nos" mais este momento de união e de partilha, mas este ano resolvi que me ia sentir mais próxima de casa.

Encomendei cabrito, para não passar o dia na cozinha, que seria o almoço de Páscoa e pelo qual já andava a salivar desde o Natal.