Bôla de Sardinha
Ontem, vi um post publicitário das Conservas Ramirez, a avisar que hoje é seria Dia Nacional das Conservas.
Claro que comecei logo a pensar no que poderia fazer, ao final da tarde, para hoje ter uma receita a celebrar este dia.
As conservas representam uma parte tão rica da nossa história e da nossa economia, que mereciam ser celebradas.
Não podem ser apenas os momentos de crise, de catástrofe ou de pandemia a lembrar-nos delas.
Foi nesse momento que me lembrei de umas latas, de sardinha em molho de tomate, que andam esquecidas na despensa desde o primeiro confinamento de Covid19.
O JD, uma semana antes de ser decretado o confinamento, foi ao supermercado e não trouxe nem um pacote de papel higiénico, mas trouxe um reforço bastante grande de conservas. Sardinhas, atum, leguminosas, frutas e compotas.
Parece que acertou, uma vez que uns dias depois as prateleiras dos supermercados estavam vazias.
E é também ele que, indirectamente, me leva a esta receita.
Ele estudou em Lamego, e lá, as Bôlas são rainhas! E sim, escreve-se Bôlas, pelo menos em Lamego. De presunto com fiambre, de salpicão, de carne em Vinha d'Alhos, de bacalhau e, claro, de sardinha.
Esta é a única forma de me colocarem a comer sardinhas.
A massa de bola leva tempo para levedar, que eu não tinha, uma vez que a ideia era ser para o jantar e tinha menos de uma hora até os J. chegarem da natação.
Uma pesquisa pelo Cookidoo levou-me até à receita da Bola rápida de Carnes. Foi o ponto de partida mas à minha maneira, claro.
Ingredientes
3 latas de sardinhas, em molho de tomate (ver notas)
4 ovos
100 g óleo
150 g iogurte natural, estilo grego
250 g leite
500 g farinha
2 c. chá de fermento em pó
1/2 colher chá de sal
Preparação
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre com papel vegetal um tabuleiro de 20x30cm, sendo que quanto maior o tabuleiro, mais baixa vai ser a Bôla e mais recheio será necessário.
No copo da Bimby, coloque os ovos, o iogurte, o óleo, o leite e o sal e bata 2 min/37°C/vel 3.
Adicione a farinha e o fermento e inicie o modo Amassar (Espiga), durante 1 minuto.
Deite metade da massa, na forma reservada, e por cima disponha as sardinhas, abertas ao meio, sem a espinha central.
Espalhe por cima umas colheres do molho de tomate, para trazer suculência, e cubra com a restante massa.
Leve ao forno a 180°C, cerca de 40/50 minutos.
Deixe amornar e sirva desenformada, acompanhada pelo restante molho de tomate (nada se estraga).
Não é igual à da Pastelaria Dalila, da Pastelaria da Sé ou de uma fábrica que havia à entrada de Lamego, cujo nome não me lembro, onde se iam buscar bôlas quentinhas de madrugada. Mas ficou muito boa, tanto que fiquei acordada a escrever, o que não tem acontecido, o cansaço tem vencido.
Notas
Poderia levar mais sardinhas, a verdade é que não esperava que ficasse tão bem e, caso fosse uma desgraça, não queria desperdiçar muitos ingredientes. Usei 3 mas ponderem usar mais uma, pelo menos.
Usei uma de tomate picante e duas sem picante.